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quarta-feira, 18 de maio de 2011

CHICO XAVIER ABRIU CAMINHOS‏




A Doutrina [Espírita] avançou muito e, relativamente, as dificuldades diminuíram. A tarefa missionária que nosso irmão Chico Xavier cumpriu entre os homens facilitou as coisas para os médiuns; hoje, desfruta-se de uma maior liberdade de pensamento e o fanatismo religioso vem perdendo força gradativamente...

Livro:  Infinitas Moradas
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Inácio Ferreira
LEEPP - Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo

Vidas transformadas

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oi no ano de 1921 que Lewis Lawes assumiu a direção da prisão de Sing Sing, considerada uma das mais rigorosas. 
 
Casado e com 3 filhos pequenos, aconselhou sua esposa par que jamais adentrasse os muros da prisão. 
 
Mas Catherine, jovem e maravilhosa, não deu atenção ao conselho. Quando o primeiro jogo de basquete foi realizado na prisão, ela compareceu. 
 
E levou os 3 filhos. Atravessou a quadra e se sentou ao lado dos internos, nas arquibancadas, acomodando as crianças ao seu lado. 
 
Ela costumava dizer: "meu marido e eu vamos tomar conta desses presos. E eles, com certeza, vão tomar conta de mim." 
 
Ela fez amizade com os prisioneiros. Conheceu suas histórias. Importou-se com eles. 
 
Certo dia soube que um presidiário, que cumpria pena por assassinato, estava cego. 
 
"Você lê em braille?" Perguntou ela, quando o foi visitar. 
 
"O que é braille?" - ele indagou. 
 
Ela o ensinou a ler. Anos depois, recordando o fato, ele ainda se emocionava, falando com afeto sobre ela. 
 
Durante 16 anos, Catherine transformou a terrível prisão em uma instituição humanitária. 
 
Então, no ano de 1937, ela sofreu um acidente de carro e morreu. 
 
Na manhã seguinte ao desastre, o senhor Lawes não foi para o trabalho e o diretor interino o substituiu nas tarefas. 
 
Logo, a prisão inteira percebeu que alguma coisa estava errada. 
 
No outro dia, todos já sabiam que Catherine morrera e que seu corpo se encontrava num caixão, em sua residência, que ficava apenas a 1.200 metros da prisão. 
 
Quando o diretor interino fazia sua inspeção rotineira, surpreendeu-se em ver um grupo de prisioneiros, amontoados como animais diante do portão principal. 
 
Eram homens que tinham cometido crimes medonhos. O diretor interino se aproximou e descobriu que havia lágrimas nos olhos deles. 
 
Eram lágrimas de sofrimento e tristeza. 
 
Calados, eles diziam pelas expressões, que desejavam ardentemente ver Catherine uma última vez. 
 
Aquele homem sabia o quanto todos os prisioneiros amavam a mulher que partira repentinamente. 
 
Por um instante, pensou. Depois, virou-se, encarou o grupo e tomou uma decisão: "muito bem. Vocês podem ir até a casa de Catherine". 
 
Abriu o portão e os criminosos foram saindo, sem escolta, na direção da residência do diretor Lawes. 
 
"Eu quero ver todos vocês de volta esta noite!" - disse ainda o diretor interino. 
 
Eles seguiram em silêncio, ficaram na fila, junto a outras tantas pessoas, e prestaram suas últimas homenagens a Catherine Lawes. 
 
Imagina quantos voltaram? 
 
Quando o dia terminou, todos eles, sem exceção, retornaram para a prisão. 
 
*** 
 
Não acreditemos na esterilidade e no endurecimento do coração humano. 
 
Ao contato do amor verdadeiro, que propicia a felicidade, desde a vida terrestre, as criaturas se modificam. 
 
O amor é um ímã a que não podem resistir mesmo os maus, ou pessoas consideradas de má vida. Ao contato do amor fecundam-se os germens que existem, em estado latente, nos corações humanos. 
 
O amor tudo transforma onde quer que floresça.
 

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LEALDADE IGNORADA

LEALDADE IGNORADA




Uma das mais belas qualidades humanas é a lealdade. Quanta grandeza em saber reconhecer um benefício com gestos de fidelidade.

Mas não é isso o que vemos sempre pelo Mundo. Muito pelo contrário.

O mais freqüente é encontrarmos por toda parte o desamor como pagamento àqueles que estendem a mão em auxílio ao próximo.

Quantas vezes vemos amizades e famílias desfeitas, boas lembranças esquecidas. Tudo em nome da deslealdade, que nada mais é do que uma forma de ingratidão.

Assim, vale a pena refletirmos sobre a natureza do que é desleal. Quem agiria assim? Quem seria capaz de pagar um benefício com uma traição? E por que razão faria isso?

Vamos responder por partes. Desleal costuma ser a maior parte da Humanidade em algum momento da vida.

Dificílimo é encontrar alguém que sempre age corretamente, que pauta seus atos pela extrema correção, em todas as ocasiões.

Por outro lado, as razões que levam à deslealdade são sempre baseadas no egoísmo. O egoísta não se preocupa com o bem-estar do outro. Para ele, seus interesses vêm em primeiro lugar.

Por isso, o egoísta não se envergonha em atraiçoar aquele que lhe estendeu mão amiga. Movido por interesses financeiros, por orgulho ou vaidade, não hesita em dar as costas para um amigo ou um ser querido.

E o que é alvo de um gesto de deslealdade - o que deve fazer?

Antes de tudo cabe não julgar. O desleal é alguém doente. Não um doente do corpo, mas um doente da alma, a quem nos cabe perdoar.

Perdoar? Sim, perdoar. Costumamos afastar de nosso dia-a-dia a prática do perdão.

Falamos tanto em perdão e enaltecemos seu valor na hora da provação.

Mas, basta que alguém nos fira, para imediatamente esquecermos tudo o que costumamos falar sobre a necessidade de perdoar o próximo. É uma conveniência.

Assim, diante da deslealdade, recordemos Jesus, que nos ensina a não resistir ao mal.

É o Cristo que nos convida a pagar o mal com o bem, a oferecer a outra face, a perdoar constantemente.

O valor do perdão é maior quanto mais grave é a deslealdade. Quando o desleal é uma alma querida, a quem sempre oferecemos o melhor em termos de amizade.

Uma fórmula preciosa para esses instantes é recorrer à prece. A oração balsamiza a alma, acalma o coração, ilumina os dias.

Se o coração do que é agredido está sereno, ele está liberto.

E o outro? Ah, a questão não é mais entre um e outro. A questão é entre Deus e cada um de nós. O outro? A questão é entre ele e Deus.

De nossa parte, devemos nos preocupar única e exclusivamente com a nossa consciência perante as Leis Divinas. Se estamos em paz, tudo está bem.

Isto, acredite, é também um exercício de desapego. Não contabilizar benefícios faz parte da essência da verdadeira caridade.

Se fizermos um bem a alguém, devemos fazê-lo por amor a Deus, pelo prazer de ser bom, pela alegria de ver os outros felizes.

Fazer o bem simplesmente, sem esperar recompensa, sem aguardar retribuição.

Psicogênese do Ciúme

Psicogênese do Ciúme



O espírito imaturo, vitimado por desvios de comportamentos em existências transatas, renasce assinalando o sistema emocional com as marcas infelizes disso resultantes.

Inquieto e insatisfeito, não consegue desenvolver em profundidade a auto-estima, permanecendo em deplorável situação de infância psicológica. Mesmo quando atinge a idade adulta possui reações de insegurança e capricho, caracterizando suas dificuldades para um ajustamento equilibrado no contexto social.

Aspira ao amor e teme entregar-se-lhe, porquanto o sentido de posse que lhe daria autoconfiança está adstrito à dominação de coisas, de pessoas e de interesses imediatistas, ambicionando transferi-lo para quem não se permitirá dominar pela sua morbidez. Quando se trata de um relacionamento com outra personalidade igualmente infantil, esta deixa-se, temporariamente, manipular-se por acomodação ou sentimento subalterno, reagindo a posteriori de maneira imprevisível.

Em outras oportunidades permite-se conduzir, desinteressando-se das próprias aspirações, enquanto submete-se aos caprichos do dominador, resultando numa afetividade doentia, destituída de significados nobres e de vivências enriquecedoras.

Porque a culpa se lhe encontra no íntimo, esse indivíduo não consegue decodifica-la, a fim de libertar-se, ocultando-a na desconfiança que permanece no seu inconsciente, assim experimentando tormentos e desajustes.

Incapaz de oferecer-se em clima de tranqüilidade ao afeto, desconfia das demais pessoas, supondo que também são incapazes de dedicar-se com integração desinteressada, sem ocultar sentimentos infelizes.

Porque não consegue manter um bom nível de auto-estíma, acredita não merecer o carinho nem o devotamento de outrem, afligindo-se, em razão do medo de perder-lhe aa companhia. Esse tormento faz-se tão cruel, que se encarrega, inconscientemente, de afastar a outra pessoa, tornando-lhe a convivência insuportável, em face da geração de contínuos conflitos que o inseguro se permite.

A imaturidade psicológica daqueles que assim agem, torna-se tão grave, que procura justificar o ciúme como o sal do amor, como se a afetividade tivesse qualquer tipo de necessidade de conflito, de desconfiança.

O amor nutre-se de amor e consolida-se mediante a confiança irrestrita que gera, reafirmando-o com belas vibrações de ternura e da amizade bem estruturada.

Incapaz de enfrentar a realidade e as situações que se apresentam como necessárias ao crescimento contínuo da capacidade de discernimento e de luta, faculta-se a permanência na fantasia, no cultivo utópico da ilusão, imaginando um mundo irreal que gostaria de habitar, evitando a convivência com o destemor e o trabalho sério, de forma que se conduz asfixiado pelo que imagina em relação ao que defronta na vida real.

Torna-se capaz de manter uma vida interior conflitiva, que mascara com sorrisos e outros disfarces, padecendo o medo e a incerteza de ser feliz.

Sempre teme ser descoberto e conduzido à vivência dos fatos conforme são e não consoante desejaria.

Evita diálogos profundos, receando falsear e ser identificado.

Procedentes de uma infância, na qual teve de escamotear a verdade e disfarçar as próprias necessidades por medo de punição ou de incompreensão dos demais, atinge a idade adulta sem a libertação das inseguranças juvenis.

Sentindo-se sempre desconsiderado, porque não consegue submeter aqueles a quem gostaria de amar-dominando, entrega-se aos ciúmes injustificáveis, nos quais a imaginação atormentada exerce uma função patológica.

Transfere as fantasias do seu mundo íntimo para subjulgar o ser a quem diz amar.

Atormentado pela autocompaixão, refugia-se na infelicidade, de modo a inspirar piedade, quando deveria esforçar-se para conquistar afeição; subestima-se ou sobrevaloriza-se assumindo posturas inadequadas à idade fisiológica que deveria estar acompanhada do desempenho saudável de ser psicológico maduro.

Compara aflições alheias com as próprias, defendendo a idéia de que ninguém é fiel, pessoa alguma consegue dedicar-se a outrem sem que não mantenha sentimentos servis.

Incapaz de afeiçoar-se pelo prazer de querer bem, portador de insatisfações em relação a si mesmo, mesquinho no que se refere à autodoação... Enxerga o amor como mecanismo de manipulação ou instrumento para conquista de valores amoedados ou de projeção política ou social sem entender que exista outra maneira de amar.

O ciúme tem raízes no egoísmo exagerado, superável mediante trabalho de autodisciplina e entrega pessoal.

Quanto mais o indivíduo valorizar o ego, sem administrar-lhe as heranças da inferioridade, mais se atormenta, em face da necessidade do relacionamento interpessoal que, sem a presença da afetividade, sempre torna-se frio, distante, sem sentido nem continuidade.

Trabalhar a emoção, reflexionar em torno dos sentimentos próprios e do próximo constituem uma saudável psicoterapia para a aquisição da confiança em si mesmo e nos outros.

O Pai Nosso

O Pai Nosso





Quando Jesus estava pregando o seu famoso Sermão da Montanha, aquele em que houve o milagre da multiplicação dos pães, ele nos trouxe, entre outras palavras, aquelas que ficaram conhecidas como a oração do "Pai Nosso".

Em Mateus, capítulo 6, versículo 7, ele nos diz, "não useis de vãs repetições", como faziam os fariseus de seu tempo, e no versículo 8 diz, que Deus sabe o que nos é necessário antes mesmo de pedirmos, e complementa no versículo 9: "de modo que quando rezarem, façam assim:", e inicia a ensinar a prece. Com estas palavras, Jesus quer dizer que não existe uma fórmula para falar com Deus. Se assim fosse ele diria, repitam estas palavras. Mas não, ele disse, deste modo, com isso ele definiu a forma e não o conteúdo de nossas preces.

O Pai Nosso já foi chamado de um pequeno resumo dos evangelhos. Ela é curta de direta, densa em seu conteúdo e leve em suas palavras, é fácil e inteligível para qualquer pessoa. Usemos ela como um exemplo para nossas próprias preces.

A prece é dividida em três partes: 1. Prefácio, 2. Petições e 3. Conclusão.

Seu prefácio é composto de "Pai Nosso" e "Que estás no céu". Na primeira parte, logo surge um ponto importante. Quem é o pai a que ele se refere ? A segunda parte do prefácio nos indica isso, "que estás no céu". Obviamente não é aquele a quem costumamos chamar de pai, que nos trouxe ao mundo ou que nos criou. Jesus sempre se referiu a Deus como a Meu Pai, de modo que é a Ele a que a prece se direciona. Claro que a palavra céu aqui não é um lugar físico. Não é em cima nem em baixo, mas no universo, em toda parte. N’O Livro dos Espíritos, a primeira pergunta é, o que é Deus, e a resposta é: A causa primária de todas as coisas. Sendo Deus a causa primária, é a Ele que devemos dirigir inicialmente nossos pensamentos. Primeiro Deus, antes de tudo e de todos. É o que nos ensina o Pai Nosso.

Mas porque pai ? Que queria dizer Jesus com isso ? Em que sentido Deus é pai para nós ?

Primeiramente por criação. Uma vez que Ele é a causa primária de todas as coisas, Ele é também a causa de nossa existência. Devemos nossas vidas a Ele, assim, como criação d’Ele, criaturas feitas por Ele, podemos ser chamados também de filhos d’Ele.

Mas a aceitação deste fato implica em outro muito importante. Na medida quem e somos todos filhos d’Ele, e que Ele é um pai amoroso, infinitamente justo e bom, então somos todos iguais perante Ele. Em Lucas, capítulo 20, versículo 36 existe este comentário: "Pois que Deus faz seus filhos iguais em hora aos anjos". Assim, ao aceitarmos Deus como pai, aceitamos sua justiça e sua sabedoria. O que nos dá consolo, pois muitas vezes não entendemos o porque do que nos acontece, mas se Deus é justo e bom, então, seja lá o que for, é o mais certo para nós. Lembremo-nos que Jesus avisou antes, que Deus sabe o que necessitamos antes de pedirmos.

Também quando aceitamos a Deus como pai, criamos um vínculo com o nosso próximo. Lembre-se, é pai NOSSO, de todos nós. Não é pai meu, meu pai, pai de meu pai ou qualquer outra forma de apropriação. E se somos todos filhos do mesmo pai, temos a obrigação de aceitar e conviver com o próximo como nosso irmão. Assim, não temos mais um estranho sentado ao nosso lado, temos apenas um irmão que desconhecemos o nome. E por um irmão temos obrigações maiores do que para com um estranho. Gostemos ou não, ao irmão devemos ajudar quando preciso. Gostemos ou não, o irmão está ligado a nós. Ele pode não saber corresponder aos nossos sentimentos, mas isto não nos exime de nossa obrigação para com ele.

Assim, quando iniciarmos a oração, não digamos a frase "Pai Nosso" automaticamente. Façamos uma pausa. Meditemos, em tudo o que significa isso. Tudo o que quer dizer "Pai Nosso".

Em seguida vem a parte das petições, dos pedidos, são seis no total. O primeiro deles é: Santificado seja vosso nome. Porque santificar um nome ? No fundo Deus não tem nome. Nós o chamamos de diversas formas, mas não são nomes próprios. Alguns usam Jeová, outros Alá, mas não são nomes de verdade, são palavras de outras línguas que querem dizer a mesma coisa: Deus. Não é o nome de Deus que devemos santificar, pois ele não existe, mas a sua idéia, sua essência. Como Deus não tem nome, ele só pode ser concebido pela idéia do que Ele é.

O que é santificar o Seu nome então ?. É colocar Deus em nossas mentes e corações com respeito e amor o tempo todo. É reconhecer que Seu nome, Sua marca, está em tudo e todos nós, pois que tudo é obra d’Ele, desde a grama que pisamos até a maior das estrelas.

Santificar o nome de Deus é confiar em Sua sabedoria e bondade infinitas. É aceitar Seus desígnios sem reclamar. É obedecer Suas leis.

A segunda petição é: "Venha a nós o vosso reino". Que reino é esse ? Claro que é toda a criação. Deus reina sobre todos nós. Aceitar a Deus com um soberano, é aceitar também a Sua vontade, pois se somos súditos d’Ele, devemos obediência.

Mas que reino é esse que deve vir até nós ? Primeiramente podemos dizer que este reino não é político, local, não é um país, não é um sistema ou modo de vida material. O reino de Deus é espiritual. Ele existe na consciência de cada um de nós. Colocado lá, no momento de nossa criação, como centelha divina, ele é o destino para o qual fomos criados. O reino de Deus é a convivência com Ele, é a perfeição d’Ele. E esta perfeição só pode ser atingida pela evolução.

Porque queremos que este reino venha até nós ? Porque temos consciência de que não estamos nele. Sabemos que precisamos melhorar, aceitamos o fato de que cometemos erros. Assim, como o reino dele chega até nós ? É quando procuramos evoluir, quando tentamos, dia a dia, prece a prece, melhorar a nós mesmos.

E a melhor forma de evolução, é seguindo as leis de Deus. É procurando conhece-las, aceita-las e aplica-las. E Jesus já nos deu a maior delas, já informou que a primeira lei de todas, é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. E o próximo, já vimos antes, é aquele nosso irmão. Distribuamos amor, como Deus distribui o tempo todo para nós.

A terceira petição é: "Seja feita vossa vontade, assim na terra como no céu".

Esta petição se divide em duas partes. Primeiramente "Seja feita a vossa vontade" vem nos lembrar a necessidade de aceitação dos desígnios do Pai. Já aceitamos Ele como tal, já compreendemos que Ele é infinitamente justo e bom. Agora, com esta frase, nos pedimos por duas coisas: aceitação passiva, que é ter paciência, tolerância e paz para tudo o que nos acontece que não podemos mudar e a aceitação ativa, na qual praticamos tudo o que Ele nos diz. Assim pedimos forças para perseverar, continuar em frente, não desanimar, conscientes de que tudo o que acontece é o melhor para nós.

Ao fazer a vontade de Deus, nós evidenciamos nossa sinceridade perante sua vontade, demonstramos ao próximo, nosso irmão, como ele deve agir também. Ao seguir as leis de Deus, seguimos também a lei de progresso, que nos faz evoluir. Isso tudo nos dá a certeza e garantia do dever cumprido. André Luiz, um espírito que escreveu muitos livros disse certa vez: "Àquele que faz o que pode, é garantido o salário da paz".

Na segunda parte da petição temos: "como no céu". Já comentamos que o céu a que nos referimos aqui não é lá em cima, mas no mundo espiritual, na vida não material. Claro que podemos fazer tudo muito bem aqui, na frente de todo mundo, mas qual a nossa intenção ao fazer isso tudo ? Ou seja, o que se vai em nosso íntimo ?

A parte do céu de que falamos, é o nosso eu interior, nossos sentimentos e vontades. Tudo o que fazemos, deve ser com pureza de coração. Podemos até errar. De fato erraremos mesmo, pois nosso caminho para a perfeição ainda é longo de difícil, mas com boa intenção. De nada vale ajudar o próximo apenas pensando no cantinho do céu que se está comprando. Jesus nos demonstrou isso na parábola da viúva. Mais vale um centavo dado de coração puro do que um milhão sem esta boa intenção.

Vale aqui um lembrete. Pureza de coração não é perfeição de coração. Não devemos esperar de nós melhor atitude daquela que somos capazes de dar. Se fazemos o bem, mas fica ainda uma dúvida: "Será que estou agindo com verdadeira pureza de coração", ainda assim, é melhor do que não fazer nada. Pois por pouco valor que tivesse aquele milhão perante o centavo da viúva, ainda era mais do que aquele que nada deu. A procura da perfeição é uma estrada longa, cheia de obstáculos. Não devemos desanimar, devemos seguir em frente, esta sim é a verdadeira mensagem de fazer a vontade de Deus.

A quarta petição é: "O pão nosso de cada dia nos dai hoje".

Sua posição, após a última, que era "Seja feita Sua vontade" já é significativa. Primeiramente vem as coisas espirituais. Agora vem as coisas materiais.

Que pão é este que falamos aqui. É o alimento. Durante muito tempo, nos mais diversos povos, o pão sempre foi o símbolo do alimento. Não estamos pedindo aqui um pedaço de pão, mas o alimento necessário à nossa subsistência. Aos animais, Deus sempre provê, sempre garante o sustento, mas ao homem, é necessário o trabalho, "ganharás o teu pão com o suor de teu rosto". Assim, quando pedimos o pão, pedimos sim é a garantia do nosso sustento. Mas isso implica também que estamos dispostos a receber esta ajuda. Que quando as condições forem atendidas, nós faremos a nossa parte. Mas como assim ? Ora, basta lembrar que ninguém sai, de porta em porta oferecendo trabalho. Pelo contrário, é preciso lutar para conseguir e manter um trabalho. Esta é a nossa parte.

Jesus também falou, mais adiante, que nem só de pão vive o homem. Que quis ele dizer com isso ? Que o alimento que necessitamos vai muito além de nossa fome de comer. Temos fome de viver, fome de aprender, fome de crescer. Assim, esta fome também deve ser saciada.

Agora, quando no final da frase falamos: "nos dai", temos aqui mais algumas coisas para pensar. Porque pedimos a Ele que nos dê algo ? Aqui exprimimos o sentimento de que tudo o que é bom, vem de Deus. Tudo o que temos, tudo o que somos, são presentes de Sua bondade. Assim, se procuramos por coisas boas, vamos até Ele.

Mas porque falamos no plural ? Porque não dizer: "me dê hoje" ? Porque devemos ter sempre consciência de que existem mais pessoas à nossa volta, que nossas ações, atitudes e decisões influenciam a todos, de modo que sempre que recebemos algo de Deus, também temos o dever de compartilhar com nossos irmãos, de uma forma ou de outra. Também devemos pensar no próximo ao fazer nossas preces. Quando falamos nós é porque devemos ter em mente sempre as necessidades dos outros.

Finalmente, porque nos dai "hoje" ? Porque não esta semana, este mês ou esta vida ? Porque a oração deve ser uma obrigação diária. Como o trabalho. Não se trabalha um dia para viver o mês, se trabalha um dia de cada vez. Assim deve ser também com nossas preces, e conseqüentemente com nossa procura e ligação com Deus. Diária.

A quinta petição é: "Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores".

Note-se aqui que já foram feitas duas petições para a alma e apenas uma para o corpo. Jesus, em sua prece, deu grande importância às coisas espirituais. Não esqueceu do corpo, pois sabia que saco vazio não pára em pé, mas deu o seu devido valor, concentrando-se naquilo que não perece nunca, que é o espírito em evolução.

De que dívidas estamos falando aqui ? Com certeza não é do crediário feito na loja. Nem do dinheiro que emprestamos de alguém. Nem mesmo dos erros que cometemos com nossos irmãos. Aqui nós falamos com Deus, e é das dívidas para com Ele a que nos referimos.

E que dívidas são estas ? São as desobediências que cometemos todos os dias às Suas leis. Como seres imperfeitos que somos, cometemos erros todos os dias. É impossível não cometer erro. É de nossa natureza. Não será para sempre. Haverá um dia que isso não acontecerá mais. Mas até lá tropeçaremos muito. E que fazer então ?

Primeiramente reconhecer nossos erros. Não podemos esperar que perdoem uma dívida que não sabemos se existe ou não. A auto avaliação, a auto crítica, devem ser constantes de nossas vidas. Elas não evitam que cometamos os erros, mas nos ajudam a pensar neles, e quem sabe na próxima vez, a nos lembrar do quão ruim foi ter feito aquilo antes, e talvez então diminuir ou até evitar estes erros.

Em segundo lugar, devemos estar preparados para perdoar. Não seria justo se Deus nos perdoasse, se não fôssemos capazes de fazer o mesmo. Assim devemos ter sempre o desejo sincero de perdoar a tudo o que nos acontece. Claro que falar é fácil, mas quando acontece fica realmente complicado. É por isso que isto é uma petição. Ao repetir estas palavras, não apenas nos dispomos a faze-lo, como pedimos força a Deus para consegui-lo. E se estivermos realmente dispostos, esta ajuda sempre estará presente.

A sexta petição é: "E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal".

Esta também é dividida em duas partes: A primeira nos fala de tentação. O que é isso ? São aqueles desejos irresistíveis que temos de fazer algo que sabemos ser errado. Parece estranho, mas é muito mais comum que pensamos ou percebemos.

Perante Deus, nós somos como crianças, assim, podemos usar este tipo de alegoria para ilustrar melhor nossas idéias. Se dermos todos os doces que uma criança quiser, o que irá acontecer ? Ela provavelmente passará mal. É por isso que não fazemos todas as vontades delas, pois elas não são capazes de compreender. Mas e nós. Se comemos doces antes das refeições o que acontece ? Na hora de comer, ficamos sem fome. Fica tudo por ai ? Claro que não. Acabamos não nos alimentando bem, e passamos fome pouco depois, quando em geral não temos mais chance de comer. Então sofremos. É por isso que não fazemos estas coisas.

Agora, aquela vontade de comer o doce, é uma espécie de tentação. Notem que é diferente da criança, que não sabe ou não compreende. Nós sabemos o que acontece. Nós entendemos que isso não é bom. Mas aquele doce … parece tão gostoso … Mas resistimos. Não comemos o doce agora. Guardamos para depois da refeição. E afinal e ficou melhor ainda.

Um doce não parece coisa muito grave, mas nossas vidas são cheias de exemplos de situações similares, em que temos que fazer alguma coisa, mas acabamos não fazendo, sucumbindo à tentação da preguiça. Ou que não podemos fazer alguma coisa, mas acabamos fazendo.

Deus não intervirá aqui. Ele nunca intervém. Deus respeita nossas decisões, certas ou erradas. Mas em nossas preces podemos pedir forças e discernimento. Força é dada pêlos amigos espirituais superiores, que nos acompanham e inspiram. O conhecimento só a experiência garante, mas podemos ouvir nosso bom senso, e ele em geral nos indicará o que é melhor fazer.

A segunda parte nos fala: "Livrai-nos do mal".

Que mal é este ? Deus é infinita bondade e perfeição. Ele nunca poderia criar o mal. Este mal a que nos referimos aqui é criação do próprio homem, como conseqüência das infrações às leis de Deus. Ao pedirmos para nos livrar do mal, pedimos, portanto, para que sejamos ajudados a não errar ou falhar em algumas destas leis.

Devemos estar conscientes que não existe fatalidade ao mal. Mesmo quando tudo parece cair sobre nós, não é por acaso, e sim como conseqüência de nossos erros. E se não vemos motivos, se fazemos tudo certinho mas os problemas persistem, lembremos que não vivemos apenas esta vida, e que muito do que passamos hoje é resultado do que fizemos ontem, e o que fazemos hoje é que irá determinar como será o nosso amanhã.

Finalmente chegamos à conclusão: "Assim seja".

Nós, espíritas, costumamos finalizar com "assim seja". Os de outras religiões costumam colocar aqui "Amém". Na verdade é a mesma coisa. Amém é uma palavra que vem do latim, e quer dizer exatamente "assim seja".

O que queremos dizer com isso ? Que nosso desejo é que as coisas sejam como estamos pedindo. Que aceitamos tudo o que Deus nos envia, na exata forma e medida, mas que ao encerrar nossa prece, colocamos nela nossas esperanças e desejos, e que por isso gostaríamos que fosse assim.

O desejo que aqui expressamos, é nossa parte humana, natural, sempre presente. A aceitação da vontade de Deus é o retorno ao princípio, à aceitação de Deus, assim, ao dizermos "assim seja" ou "amém", chamamos de vota a nós o Criador, e guardamos conosco esta última impressão, de Sua presença constante.


Dez mandamentos seculares

Dez mandamentos seculares





Domine sua fala.
Diga sempre menos do que pensa. Cultive uma voz baixa e suave.

Pense... Antes de fazer uma promessa e depois não a quebre, não importa o quanto lhe custe cumpri-la.

Nunca... Deixe passar uma oportunidade para dizer uma coisa meiga e animadora a uma pessoa ou a respeito dela.

Tenha... Interesse nos outros - em suas ocupações, em seu bem-estar, seus lares e família. Seja sempre alegre com os que riem e lamente com os que choram.

Aja de tal maneira que as pessoas com quem se encontrar sintam que você lhes dispensa atenção e lhes dá importância.

Seja alegre.

Conserve-se sorrindo. Ria das histórias boas e aprenda a contá-las.

Conserve... A mente aberta para todas as questões de discussão. Investigue, mas não argumente. É próprio das grandes mentalidades discordar e ainda conservar a amizade do seu oponente.

Deixe ... Que suas virtudes falem por si mesmas e recuse a falar das faltas e fraquezas dos outros. Condene murmúrios. Faça uma regra de falar só coisas boas dos outros.

Tenha... Cuidado com os sentimentos dos outros. Gracejos e críticas não valem a pena e freqüentemente magoam quando menos se espera.

Não... Faça questão das observações más a seu respeito.

Viva de modo que ninguém as acredite.

Não... Seja excessivamente zeloso dos seus direitos. Trabalhe, tenha paciência, conserve-se calmo, esqueça-se de si mesmo e receberá a recompensa.

"A passagem do tempo deve ser uma conquista e não uma perda."

Presentes sem preço

Presentes sem preço


Quando recebemos um convite para um aniversário, um casamento, a primeira preocupação, quase sempre, é: Como presentearei? O que oferecerei como presente?

E ficamos a cogitar o que será mais adequado, mais bonito, mais precioso, mais agradável.

Assim, consultamos catálogos, sites, visitamos lojas, verificamos preços. Afinal, o presente deve ser muito bom, mas deve caber no nosso orçamento.

Será que a pessoa apreciará o que escolhemos? Estará do seu gosto?

É sempre um grande dilema. Uma coisa é certa: não importa o tipo, o tamanho, a qualidade do presente. O mais importante é a intenção de quem dá e a gratidão de quem recebe.

Assim aconteceu com Rita. Ela estava envolvida nos preparativos do casamento da filha. Eram tantas providências: o salão para a festa, a decoração, os músicos, o cerimonial, o bolo, as bebidas...

Dois dias antes do casamento, ela estava revendo detalhes no salão onde seriam recepcionados os convidados, quando viu um senhor espreitando à porta.

Ela o cumprimentou e logo percebeu que era um solitário desejando conversar. Ele contou que, em criança, sofrera um acidente, batera com a cabeça e por isso, passara sua vida num asilo.

Encontrava-se, por um período, em casa de um irmão e estava passeando antes do jantar. Quis saber o que é que iria acontecer no salão e, ante a notícia do casamento, perguntou se poderia vir dar uma espiada na festa.

Rita o convidou para a recepção.

Chegou o grande dia. No salão, a cerimônia, a música, o corte do bolo da noiva, risos, danças.

Então, alguém veio dizer a Rita que um cavalheiro estava na entrada e desejava lhe falar.

Era o homem solitário. Estava impecavelmente arrumado, mas tímido. Não desejou entrar. Rita foi buscar um pedaço do bolo da noiva e lho entregou.

Ele ficou comovido e lhe deu um presente: É para a noiva, disse com orgulho.

Tratava-se de um pacote pequeno, mal embrulhado com papel pardo, atado com um barbante.

Ele se foi e Rita colocou o presente junto a outros tantos.

Após a recepção, já em casa, ela principiou a anotar, com detalhes, cada um dos presentes e quem o tinha oferecido.

Quando chegou no pequeno embrulho, o abriu. Era uma pequena leiteira branca, de louça, dessas bem simples, que se usam em hospitais e em asilos.

Então Rita chorou. Chorou pela felicidade da sua filha e pela solidão daquele homem, que passara a maior parte da sua vida numa casa para doentes mentais.

Chorou pelo gesto de amor daquele estranho. E, na lista, escreveu: Uma leiterinha – Sr. Fulano, Asilo Tal.

Mais tarde, quando sua filha arrumou a casa, dispôs os presentes, colocou a leiterinha em destaque, no meio de outras lindas peças de prata.

Ela se comovera com a dádiva daquele homem. Era um presente especial, de um mundo solitário para um outro de esperança.

Um testemunho de amor de uma vida para outra.

* * *

Feliz é quem sabe ser grato ao que recebe, com a certeza de que a alma que o escolheu, comprou, embrulhou e lhe ofereceu, impregnou aquele objeto com toda sua afeição.

Por isso, todo presente é sempre muito especial. Ele é mensageiro do afeto de alguém. Muito próximo de nós ou simples conhecido, esse alguém despendeu seus pensamentos, seu tempo para nos agraciar com um mimo.

Obsessão e Distúrbios Físico-psíquicos




Obsessão e Distúrbios Físico-psíquicos


Conforme a definição de Allan Kardec, em a Gênese, no capítulo XIV, item 45, "Chama-se obsessão à ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais."

Esta influência pode ser de uma espírito desencarnado sobre um encarnado, de um desencarnado sobre outro desencarnado, de um encarnado sobre um desencarnado, de um encarnado sobre outro encarnado e até mesmo uma auto-obsessão. Em todos os casos, encontramos o pensamento como base destes processos, ocorrendo geralmente a vinculação de duas ou mais mentes. Estas vinculações mentais podem ocorrerem por laços do passado, através de sentimentos de ódio e vingança, por interdependência emocional, por domínio de forças com fins destrutivos ou mesmo por simples afinidade moral.

A obsessão é o pior mal da humanidade, sendo a causa de diversos acidentes, homicídios, suicídios, guerras, doenças mentais e físicas. Ainda o homem não conseguiu dimensionar esta questão tão importante, que continua gerando situações graves e problemáticas, principalmente porque se estrutura na própria intimidade do indivíduo, a nossa natureza moral. Enquanto não alcançarmos a evangelização de nossas almas haverá sempre um terreno propício a esta patologia fisicopsíquica.

O assunto é muito amplo e complexo, para não estendermos muito o presente artigo nos deteremos mais no objetivo de relacionar a obsessão com as doenças físicas e psíquicas.

A espiritualidade nos informa que estamos em constante intercâmbio de energias mentais de diversas naturezas, onde cada onda mental produz um teor vibratório específico, carregado com os elementos internos daquele que o emitiu: seus desejos, sentimentos e idéias. Esses pensamentos podem serem balsamisantes ou venenosos, alegres ou tristes, salutares ou prejudiciais, altruístas ou egoístas, amorosos ou rancorosos, construtivos ou destrutivos, refletindo sempre o nosso estado espiritual. A partir da nossa vida mental (nossas leituras, diálogos, idéias, objetivos, mentalizações, emoções, etc.), sintonizamos com outras mentes afins e passamos a nos alimentar com o mesmo tipo de plasma mental que conscientemente ou insconscientemente atraímos. Estas ondas e formas mentais que gravitam em torno da nossa personalidade, formam uma atmosfera psíquica que respiramos e que nos acompanha constantemente, a qual chamamos de aura. A aura é nosso cartão de visita, por ela os espíritos enxergam a natureza dos nossos pensamentos e se sentem atraídos pela lei de afinidade e sintonia. Quando temos um pensamento constante, persistente, criamos uma fixação mental ou monoideismo. Fica fácil para os espíritos perscrutarem a nossa alma e identificarem os nosso vícios e tendências que ficam cristalizadas em nossas mentes através da fixação mental. Identificando os nossos pontos fracos, os nossos irmãos obsessores passam a nos assediar, estimulando as nossas fraquezas. Estas ondas mentais que gravitam em torno do nosso psiquismo, acaba atingindo as nossas células, gerando lesões estruturais e funcionais conforme o teor, intensidade e freqüência destes pensamentos.

Estas lesões celulares, determinam diversas patologias, conforme o órgão afetado, acompanhado do desajuste emocional e espiritual subjacente. Encontramos lesões encefálicas com sintomas psíquicos, cardiopatias diversas, infecções respiratórias, doenças auto-imunes, distúrbio ciculatório, desequilíbrio hormonal, diversos tipos de câncer, entre muitas outras doenças, que nada mais são que reflexos da constante ação deletéria dos espíritos vinculados à nossas mentes e ao nosso organismo físico.

Em alguns casos, encontramos o obsidiado vinculado vigorosamente ao seu passado pelos sentimentos de culpa, remorso e medo, a se manifestarem por complexos de inferioridade, favorecendo a instalação do processo obsessivo. Personalidades frágeis, acabam aceitando as "cobranças" feitas pelos espírtitos obsessores. Certos desequilíbrios afetivos e emocionais, acabam evoluindo para quadros mais severos de neuroses ou psicoses pela influenciação obsessiva.

A obsessão é uma síndrome que envolve as questões emocionais e físicas.

No livro de André Luiz, Missionários da Luz, o instrutor Alexandre afirma: "- Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões mentais daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de desequilíbrio. Às vezes, semelhantes absorções constituem simples fenômeno sem maior importância; todavia, em muitos casos, são suscetíveis de ocasionar perigosos desastres orgânicos. Isto acontece, mormente quando os interessados não têm vida de oração, cuja influência benéfica pode anular inúmeros males."

Em outro trecho, Alexandre, assevera: "... o desequilíbrio da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas. È por este motivo que as obsessões, quase sempre, se acompanham de característicos muito dolorosos. As intoxicações da alma determinam as moléstias do corpo."

É preciso termos em mente que o obsidiado é um enfermo representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano, exigindo um tratamento que atinja os dois planos da vida. É necessário evangelizar o encarnado, para que este evangelizado evangelize os seus acompanhantes. Muitos destes processos obsessivos, seguem os envolvidos por muitas encarnações, onde, geralmente, a suposta vítima é o algoz do passado. A partir desta visão fica evidente a complexidade da questão, exigindo uma identificação de todas os fatores necessários ao tratamento da obsessão e não apenas a visão circunscrita do corpo terrestre.

Nem sempre, com o afastamento do obsessor, alcançaremos a cura do indivíduo. A evangelização do espírito desencarnado e o seu conseqüente afastamento não determina que o encarnado tenha assimilado a lição da reforma íntima e nem sempre significa a extinção da dívida. Em outros casos, em função do tempo muito longo da atuação obsessiva sobre o organismo físico, este acaba sofrendo lesões profundas e irreversíveis, embora passíveis de melhora. Afastado o espírito, permanece o reflexo da ação no corpo físico, exigindo o acompanhamento da medicina terrena. Infelizmente, ainda encontramos companheiros espíritas, que fazem promessas de cura sem ponderarem na gravidade e complexidade da situação. Nosso abnegado Bezerra de Menezes, nos alerta sobre este cuidado, afirmando que muitos encarnados após o seu desencarne vem cobrar as promessas de saúde e cura que não se concretizaram.

Kardec, no livro A Gênese, orienta que "...A uma causa física, opõe-se uma força física; a uma causa moral preciso é se contraponha uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para garanti-la contra a obsessão, tem-se que fortalecer a alma...".

Precisamos de uma vontade firme para a auto-educação, na disciplina de si mesmo. Se não despertarmos para as realidades da situação e usarmos as armas da resistência, dificilmente superaremos as cristalizações mentais que afetam a nossa individualidade. Em todos os acontecimentos desta espécie, não se pode prescindir da adesão dos interessados diretos da cura, valendo-se do auxílio exterior que lhe é prestado pelos encarnados e espíritos amigos. Nos casos em o indivíduo perde o domínio de si próprio, juntamente com o auxílio médico, façamos uso da prece intercessória, da fluidoterapia e dos trabalhos de evangelização do desencarnados, como apoio para a sua melhora, reconhecendo que em muitos casos o processo de cura prosseguirá no plano espiritual e por outras encarnações.

Como resumo desta temática e orientação profilática da obsessão, transcreveremos alguns apontamentos dados por Manoel Philomeno de Miranda no livro Nos Bastidores da Obsesão, psicografado por Divaldo Pereira Franco:

"O pensamento é sempre o dínamo vigoroso que emite ondas e que registra vibrações, em intercâmbio ininterrupto nas diversas faixas que circulam a Terra.

Mentes viciadas e em tormento, não poucas vezes escravas da monoideia obsessiva, sincronizam com outras mentes desprevenidas e ociosas, gerando pressão devastadora.

Muitos processos graves de alienação mental têm início quando os seres constrangidos por essa força possuidora, ao invés de a repelirem, acalentam-lhe os miasmas pertinazes que determinam por assenhorar-se do campo em que se espalham.

Nos diversos problemas obsessivos, há que examiná-los para selecionar os que procedem do continente da alma encarnada e os que se vinculam aos quadros aflitivos do mundo espiritual.

Em qualquer hipótese, no entanto, as diretivas clarificantes da mensagem de Jesus são rotas e veículos de luz libertadora para ensejar a uns e outros, obsidiados e obsessores, os meios de superação.

A prece é uma lâmpada acesa no coração, clareando os escaninhos da alma.

Muitos cristãos modernos, todavia, descurando do serviço da prece, justificam a negligência com aparente cansaço, como se a oração não se constituísse igualmente em repouso e refazimento, oferecendo clima de paz e ensejo de renovação interior.

Mente em vibração freqüente com outras mentes em vibração produz, nos centros pensantes de quem não está afeito ao cultivo das experiências psíquicas de ordem superior, lamentáveis processos de obsessão que, lentamente, se transformam em soezes enfermidades que minam o organismo até o aniquilamento.

A princípio, como mensagem invasora, a influência sobre as telas mentais do incauto é a idéia negativa não percebida. Só mais tarde, quando as impressões vigorosas se fixam como panoramas íntimos de difícil eliminação, é que o invigilante procura o benefício dos medicamentos de resultados inócuos.

Atribulado com as necessidades imperiosas do "dia-a-dia", o homem desatento deixa-se empolgar pela instabilidade emocional, franqueando as resistências fisio-psíquicas às vergastadas da perturbação espiritual.

Assim, faz-se imprescindível o exercício da prece mental e habitual para fortalecer as fulgurações psíquicas que visitam o cérebro, constituindo a vida normal propícia à propagação do pensamento excelso.

Resguarde-se, portanto, e, firmado no ideal sublime com que o Espiritismo honra os seus dias, alce-se ao amor, trabalhando infatigavelmente pelo bem de todos, com o coração no socorro e a mente em Jesus-Cristo, comungando com as Esferas Mais Altas, onde você sorverá forças para vencer todas as agressões de que for vítima, e sentirá que, orando e ajudando, a paz continuará com você."





O Pequeno Aborrecimento



Um moço de boas maneiras, incapaz de ofender os que lhe buscavam o concurso amigo, sempre meditava na Vontade de Deus, disposto a cumpri-la.

Certa vez, muito preocupado com o horário, aproximou-se de um pequeno ônibus, com a intenção de aproveitá-lo para a travessia de extenso trecho da cidade em que morava, mas, no momento exato em que o ia fazer, surgiu-lhe à frente um vizinho, que lhe prendeu a atenção para longa conversa.

O rapaz consultava o relógio, de segundo a segundo, deixando perceber a pressa que o levava a movimentar-se rápido, mas o amigo, segurando-lhe o braço, parecia desvelar-se em transmitir-lhe todas as minudências de um caso absolutamente sem importância.

Contrafeito com a insistência da conversação aborrecida e inútil, o jovem ouvia o companheiro, por espírito de gentileza, quando o veículo largou sem ele.

Daí a alguns minutos, porém, correu inquietante a notícia.

A máquina estava sendo guiada por um condutor embriagado e precipitara-se num despenhadeiro, espatifando-se.

Ouvindo com paciência uma palestra incômoda, o moço fora salvo de triste desastre.

O jovem refletiu sobre a ocorrência e chegou à conclusão de que, muitas vezes, a Vontade Divina se manifesta, em nosso favor, nas pequenas contrariedades do caminho, ajudando-nos a cumprir nossos mais simples deveres, e passou a considerar, com mais respeito e atenção, as circunstâncias inesperadas que nos surgem à frente, na esfera dos nossos deveres de cada dia.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso.

Ditado pelo Espírito Meimei.

RECURSOS DA NATUREZA PARA A ELEVAÇÃO ESPIRITUAL DOS SERES!


Durante cinqüenta anos, os elefantes foram perseguidos e mortos em função das presas, as quais muitas vezes eram retiradas com o animal ainda agonizando, tudo em função da ganância do homem pelo marfim que alcançou um elevado valor no mercado mundial, o que, quase provocou a sua extinção. Graças aos esforços de alguns cientistas a espécie foi preservada. Esses cientistas, que até hoje estudam o comportamento e o desenvolvimento das manadas na África, constataram uma significativa alteração na procriação da espécie: depois de tantos anos de perseguição, algumas manadas passaram a gerar seus filhotes sem as presas.

Graças ao conhecimento espírita, esse comportamento da natureza é facilmente explicado: hoje sabemos que os animais são dotados de uma alma rudimentar em desenvolvimento, ou seja, o princípio inteligente. No caso registrado pelos cientistas, ficou claro que o princípio inteligente de cada elefante dessas manadas, a cada experiência vivida na espécie, foram registrando ao longo dos cinqüenta anos a perseguição e a violência sofridas em função das suas presas. Esses registros traumáticos acabaram provocando uma reação instintiva de auto defesa, bloqueando o desenvolvimento do marfim do qual se constituíam suas presas.

Diante desse fato, constatado cientificamente, eu me reporto ao Mestre de todas as ciências, quando afirma: " ... se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno." (Mateus, Cap. XVIII, V. 9).

Da mesma forma que o princípio inteligente dos elefantes suprimiu o desenvolvimento das presas, a fim de preservar a espécie da perseguição implacável dos homens, muitos espíritos que em uma determinada vida, usaram mal os olhos, as mãos ou qualquer outro recurso inerente à sua natureza física, em atitudes maléficas ou violentas, causando o sofrimento à outrem, ao se encontrarem com a grande verdade da vida no mundo espiritual, são acometidos de um remorso profundo que queima como o "fogo do inferno", assolando a própria consciência. Depois de longos períodos nesse sofrimento, arrependidos, acabam clamando pela oportunidade de uma nova reencarnação.

Atendidos pela providência divina, alguns, ao iniciarem o processo de ligação com o novo corpo, apesar do esquecimento e do torpor de que são acometidos, característicos desse momento, os traumas e o remorso sofridos em função do mau uso de um determinado órgão, estão muito fortes no subconsciente, em função disso, instintivamente, a fim de se preservarem de reincidirem nos mesmos erros, acabam inibindo o desenvolvimento do órgão que lhes foi motivo de escândalo. É assim que muitos renascem com as mãos mirradas, cegos, coxos etc.

No caso dos elefantes, o princípio inteligente usou de um recurso da natureza para a preservação da vida e da espécie que lhe serve como valioso estágio evolutivo, no caso dos espíritos humanos, os recursos da natureza são usados para a preservação moral.

Como podemos observar, Jesus há dois mil anos falou sobre as questões humanas, abordando tudo o que o homem veio a conhecer e sobre tudo o que ainda vai descobrir, por isso Ele afirmou que as suas palavras jamais passarão!

Quando os homens se derem ao trabalho de estudá-Lo sob a luz do Espiritismo, sem o ranço acadêmico ou religioso, acabará descobrindo a si mesmo e se harmonizando com a sua natureza mais profunda.

Porque à luz do Espiritismo? Porque o Espiritismo, o Consolador Prometido é a continuação do trabalho do Mestre, ou seja, é o esclarecimento das suas revelações. Através desses esclarecimentos elaborados pelos espíritos superiores, sob a égide do Espírito de Verdade, é que passamos a compreender Jesus e começamos a entendê-lo na sua grandeza.

O importante não é apenas conhecer o conteúdo dos livros básicos, como os itens e os capítulos, é preciso absorver a essência e desenvolver uma consciência espírita e passar a viver em coerência com o conhecimento adquirido. Estudar as obras básicas, não significa decorá-las item por item, mais sim entendê-la de forma global, como um todo que deverá se constituir na base da verdadeira Consciência Espírita, o que, conseqüentemente, nos tornará Verdadeiros Cristãos.

Absorvida essa consciência, a própria vida falará conosco à semelhança do fato dos elefantes, confirmando à cada acontecimento à nossa volta as verdades com que o conhecimento espírita enriqueceu a nossa vida. Nesse estágio de compreensão, deixamos de ser empurrados pelas circunstâncias e passamos a direcionar e administrar a nossa existência com sabedoria.

A vida só é um mistério para quem se acomoda na ignorância, por isso Jesus afirmava: "Ouça quem tem ouvidos para ouvir e veja, quem tem olhos para ver."

Devo explicar que a ignorância a que me refiro, não é a ignorância inocente da infância do espírito, por essa todos nós passamos, mas aquela que tem olhos e não vê, ou melhor não quer ver, é a ignorância conveniente na qual muitos se acomodam, a qual campeia inclusive nos meios ditos esclarecidos e aculturados.

No livro O Evangelho de Chico Xavier, de autoria de Carlos A. Baccelli, consta uma afirmação de Chico, onde diz o seguinte: "Temos a fé raciocinada, mas na casa de Deus não devemos duvidar de nada."

Muitos radicalizam com relação aos conceitos da fé raciocinada e acabam congelando seus corações. Duvidam da misericórdia divina e abdicam dos maravilhosos recursos que a doutrina nos proporciona na sublime tarefa de socorrer os espíritos necessitados de orientação e consolo, menosprezam os recursos do passe, da cura, duvidando de tudo e de todos, acham que a solução de todos os problemas que afligem a humanidade, está apenas nas escolas doutrinárias, as quais, quase sempre, revestidas do ranço acadêmico no trato dos valores espirituais. Esquecem entretanto, que não podemos avançar na luz se não acendermos um farol para os irmãos da retaguarda, os quais precisam de orientação fraterna, socorro e assistência à suas necessidades físicas, materiais e morais. Por isso, a cada dia rareiam os verdadeiros apóstolos do Espiritismo e abundam os "Doutores e Professores espíritas". Não basta sermos espíritas no intelecto, é preciso que nos tornemos espíritas de coração! Se não revivermos o Cristo em nossas Casas Espíritas, abolindo a burocracia, o ranço acadêmico e o famigerado elitismo, o Espiritismo será apenas mais uma cultura, sem as conseqüências morais necessária a renovação da humanidade.

Não basta saber, é preciso iluminar-se! A luz que necessitamos, emana do coração, sem aliá-lo à nossa inteligência seremos intelectuais e aculturados, porém, baldos de virtudes, sem as quais, jamais alcançaremos a sabedoria.

Cérebro e coração! Duas forças que, quando harmonizadas entre si, conduzirão o homem ao seu elevado destino.

O Cristo é o exemplo e modelo dessa harmonia entre a inteligência e os sentimentos, por isso possui a sabedoria que O faz mestre de todas as ciências.

Para quem possui a fé raciocinada, seguir o Cristo não se trata de uma atitude religiosa, mas sim uma atitude inteligente, pois a medida que vamos buscando nos renovar a exemplo do Seu comportamento e dos Seus ensinamentos, estaremos aperfeiçoando nossas ações, nossos sentimentos e, conseqüentemente conquistando a paz! Pelo menos a paz relativa que o mundo em que vivemos pode nos oferecer. Em todos os itens e capítulos codificados por Kardec, os quais compõem as obras básicas, apontam para o Cristo, porém, não mais para o Cristo das religiões, mas sim o Cristo das Ciências, do Amor e da Inteligência, O mesmo cuja sabedoria exaltou as prostitutas em detrimento dos hipócritas, O mesmo que fez de Maria de Magdala, a mensageira da ressurreição, O mesmo que exaltou o samaritano, considerado homem sem Deus, mas cheio de coração, O mesmo que entrou na casa de um publicano para resgatá-lo para a luz, O mesmo que foi buscar o maior inimigo do cristianismo para fazê-lo Cristão, O mesmo que praticou a primeira cura a distância, quando curou o servo do centurião, O mesmo que andou pelas ruas junto aos aflitos e sofredores do caminho e sentou-se à mesa com os de má vida. É Esse Cristo que precisamos encontrar através do Espiritismo!

Ouçam quem tem ouvidos para ouvir e vejam quem tem olhos de ver!

PARAR PARA OUVIR



Sábia é a criatura que decide o momento em que deve falar ou calar. Sábia é a criatura que consegue colocar um pé frente ao outro e caminhar com desassombro. Sábia é a criatura que, sabendo que no final do caminho é a glória, mas que encontrará em sua jornada as agruras da estrada, jamais arrefece o íntimo no seu pensamento, a vontade de seguir caminhando. Sábia é a criatura que, ao repousar a cabeça, consegue, consigo mesma, compreender aquilo que faz, que fez e que deverá fazer.

Livro:   O Protocolo de Makalou
               Denizard Souza (orientação editorial), Espíritos Diversos