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domingo, 1 de maio de 2011

IMPOSITIVO DO TRABALHO




IMPOSITIVO DO TRABALHO

O trabalho é o recurso precioso que a Divindade oferece aos seres animais e humanos para progredirem.
Lei da Natureza, procede de Deus, que trabalha incessantemente, conforme acentuou Jesus em formoso enunciado, demonstrando que o desenvolvimento intelecto-moral da criatura é consequência do esforço que empreende para a própria renovação.
Sem a dádiva do trabalho, os seres ficariam reduzidos à paralisia, à inutilidade, e a vida volveria ao caos do princípio...
O trabalho se apresenta como necessidade expiatória: quando escravo, mediante remuneração injusta, em condições inumanas, sob a cruz das enfermidades, através de cargas horárias exauríveis; como de natureza provacional: quando se faz continuado, impondo-se como meio único de sobrevivência, pelo enfrentamento de desafios e dificuldades, sem compensações relevantes e como de caráter missionário: graças à abnegação e ao sacrifício, ao amor e à renúncia... 
Não havendo a criatura humana, em outras reencarnações, conduzido com equidade e justiça em atividades dignificadoras, que deslustrou; ou fruído toda a existência no ócio e na inutilidade; ou tendo imposto de maneira cruel o trabalho como castigo aos que se lhe submetiam; ou vivendo da exploração de outras vidas a benefício próprio, sob látegos de indiferença e de crueldade, retorna agora ao proscênio terrestre sob a injunção do labor expiatório, a fim de aprender a respeitar a dignidade do seu próximo e a honrar as Leis da Vida. 
Ninguém dilapida os bens da existência humana impunemente, abusando do direito ao uso dos valores que fomentam o progresso, transformando-os em intrumento de gozo pessoal, sem retribuição honrosa. Por essa razão, o trabalho não deve ser imposto como instrumento de punição, nem a sua ausência pode ser prolongada sem convite à ação.
Estas atitudes infelizes impõem refazimento da experiência iluminativa através do trabalho-expiação.
Igualmente, para que os mecanismos do desenvolvimento do ser se façam relevantes, aprimorando a inteligência e fomentando os sentimentos nobres, o esforço e a tenacidade moral se apresentam solucionadores no trabalho-provação.
É, no entanto, através do trabalho-missão que o Espírito alcança as cumeadas do progresso, após haver passado pelas fases anteriores da expiação e da provação, graças a cujos processos aprendeu a produzir pelo prazer de fazê-lo, não tendo em mente outra qualquer recompensa, senão a satisfação de encontrar-se na condição de co-Criador, melhorando as próprias como a situação do planeta que lhe serve de domicílio.
            Quando seja bem compreendido, o trabalho se transformará em bênção conscientemente buscado para a autossuperação, para a interiorização do pensamento e sua dilatação em favor dos demais, deixando de ser imposição dolorosa e cansativa da caminhada terrestre.
*
            Os mecanismos da evolução utilizam-se do trabalho como meio de disciplinar a vontade, domar os instintos, desenvolver a razão e sublimar os sentimentos.
            Eis por que os animais também trabalham e sua existência terrena tem finalidades específicas. Eles mesmos experimentam e vivenciam as diferenças de trabalho, a depender das mãos humanas que os direcionam, quando justas e nobres ou rudes e perversas.
            A maneira, porém, como o ser humano use os seus irmãos da retaguarda evolutiva, desenvolverá consequências para si mesmo em fruturas reencarnações.
            A crueldade para com os animais revela o nível inferior de consciência em que transita o Espírito, que ainda não se libertou do primarismo interior, descarregando as paixões primevas que lhe permanecem em predomínio naqueles que se lhe submetem indefesos, tornando-se, igualmente, perversos em relação ao seu próximo.
Do amor pelos animais evolui-se para o amor humano, em treinamento afetuoso, que desenvolve e sutiliza os nobres sentimentos da alma.
O trabalho, portanto, sob qualquer expressão em que se apresente, tem como finalidade precípua felicitar o ser, erguê-lo do charco das paixões inferiores para os planaltos da realização feliz.
Enquanto se trabalha para sobreviver, para conseguir os recursos que mantém a existência, logra-se progredir, porque é justo que o indivíduo viva com o resultado do próprio esforço, usufrua das concessões da ciência e da tecnologia através do seu empenho, auxiliando também no crescimento geral. Então o seu esforço recebe remuneração, que deve ser justa, de acordo com o labor executado, de maneira a atender às necessidades do seu nível social, cultural e econômico. lgualmente, deve ser desenvolvido em lugar cujas condições ambientais e sociais dignifiquem-no e promovam-no, evitando que se rebele ou enferme.
Todavia, quando já não necessita de salário ou recompensa, o seu trabalho passa a ter maior valor, porque está acima de qualquer pagamento, tornando-se a verdadeira doação, que se situa além dos preços estabelecidos.
Não há como remunerar-se devidamente uma oferenda de amor, uma noite de acompanhamento durante a enfermidade, a assistência fratema no momento do infortúnio, o conselho oportuno e salvado...
Trabalho não é somente o de natureza material, o do esforço físico, que se investe na realização de qualquer coisa, mas também toda e qualquer dedicação e atividade mental, emocional, aplicada no sentido do Bem.
Não poucas vezes, o trabalho intelectual e artístico faz-se mais desgastante e exaustivo do que o de natureza meramente física, em razão do esforço que se despende, assim como da concentração mental que é exigida.
Todo trabalho, portanto, enriquece a vida e a enobrece.
Felizes são todos aqueles que podem trabalhar e o fazem com alegria, encontrando,  no seu desempenho, prazer e encorajamento para continuar a existência corporal.
Em todos os recantos do Universo tem vigência a Lei do Trabalho honrando o processo de evolução, porque não existe o repouso absoluto, a ausência de dinamismo, de vibração.
  Aqueles que, abnegadamente, se afadigam no trabalho-missão, sempre dispondo de tempo e possibilidade para fazer mais e mais auxiliar desinteressadamente, dão-se conta de a quantos muito prejudicou em transatas reencarnações e ora os abençoam com esforço e ajuda, após haverem resgatado o débito perante as Leis Cósmicas, quando lhes foi exigido fazê-lo.
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            Como trabalho é um exigência da Vida, o repouso ou descanso é um impositivo que dele se deriva.
Aos animais e aos homens que trabalham assistem o direito ao repouso após o dever executado, que as leis humanas lentamente vão estabelecendo, tornando a sociedade mais justa e mais dignificada.
Na infância e na velhice todos necesistam de auxílio, devendo os pais cumprir com os seus deveres em relação aos filhos e estes, mais tarde, atenderem aos seus genitores, assim retribuindo o bem recebido.
É injusta a sociedade que impõe à criança e ao ancião o trabalho como meio de sobrevivência; além disso é cruel, considerando a falta de experiência e de forças na primeira; e a ausência de energia, bem como a presença dos sofrimentos naturais, na velhice...
Trabalhar, portanto, sempre e sem cessar, é desenvolver o deus internoque todos conduzem no coração, rumando para Deus, o Excelso Criador.       

10 de junho de 1997
Londres, Inglaterra

Livro:   Sendas Luminosas
Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier

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